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DECORAÇÃO

Espinha de peixe

Da casca ao recheio, Flávia Gerab assina apartamento paulistano que plasma high décor com blend industrial para jovem casal de estetas que sabe imprimir suas pegadas dentro de casa como ninguém – a começar pela cozinha com piso-escama mutante


Por: Allex Colontonio

Não espere um décor careta no apartamento dos jovens Pedro Kok, 31 anos, e Marina Tayar, 33. Ele, fotógrafo com faro fino para arquitetura (que já emplacou seu trabalho em revistas gringas respeitadas como a Domus), ela advogada (mais conectadaàs ONGs do que aos tribunais), foram unidos por muitos pontos em comum – e pelo destino em si. Conheceram-se em sua Sampa natal, mas foi em Paris, onde Marina morou durante alguns anos fazendo trabalho voluntário, e Pedro, que se preparava para colocar uma de suas fotos em exposição no Centre Pompidou, se reencontraram. Ali deram o “match”, que evoluiu para o noivado e agora para um casamento que dispensa formalidades, compartilhando o apartamento de 216 metros quadrados e três suítes escolhido por ambos num bairro arborizado da Pauliceia. Um cantinho com a cara deles – e a gente não leva mais de um minuto para perceber que cada peça ali tem tudo a ver com cada um, de um talher lúdico da Alessi a um açucareiro trazido de Portugal ou um vaso comprado na Holanda (onde Pedro também morou).

A planta convencional foi totalmente modificada pela classuda e antenada Flávia Gerab, nome quente entre as pranchetas contemporâneas, cunhada de Marina. Paredes vieram abaixo, assim como a porta de correr que separava o social da cozinha. Agora tudo acontece praticamente ao mesmo tempo, numa planta fluida, tipo loft, que revela alguns materiais (como a tubulação do ar-condicionado de efeito industrial) e se apropria de elementos bem sacados para a setorização. A grande pilastra estrutural, por exemplo, faz a divisão da área de trabalho de Pedro com a mesa de jantar – um pranchão de sucupira desenhado sob medida pela própria Flávia, que assina toda a marcenaria do apê (estendendo seu compasso à cama do casal e ao descolado criado-mudo). É numa das cabeceiras da mesa que o dono do pedaço passa horas ao computador enquanto fica de olho nos cordeiros e pernis que costuma preparar antes de servir para os amigos do lado de lá da bancada – Pedro adora cozinhar e, por isso, a varanda gourmet com churrasqueira e forno de pizza iglu, originais do edifício, foi convertida em cozinha moderna, funcional e cheia de veneno antimonotonia.

“A princípio, esse ‘muro’ seria revestido com inox, mas os meninos acabaram optando por um papel de parede da manufatura Fornasetti, que eles mesmos trouxeram da Europa. Claro que aprovei”, brinca Flávia. Outro toque originalíssimo é o piso de madeira em escama de peixe, que nas bordas vira mármore recortado em cinco diferentes matizes. “A ideia da cor veio de uma loja da Stella McCartney, em Londres, que tinha alguns tacos coloridos. Gostei da estética e quis ir um pouquinho mais longe ao recortar tacos de silestone para fazer uma transição de ordem prática e plástica”, explica Flávia. Tacada de mestre, já que a escama migra para a versão em mármore nas bordas “onde o sol incide com mais força e a madeira se danificaria ao longo do tempo”, e nas áreas “molhadas” que contornam a bancada que comporta pia, fogão, geladeira e etc. Aliás, a paginação sobe pelas paredes da área do fogão em efeito geométrico cheio de bossa. Seria o highlight do projeto, não fosse ele o painel de azulejos do artista mineiro Alexandre Mancini, que trabalha para a fundação Athos Bulcão. Encomendadas especialmente para o projeto, as duas grandes placas móveis dosam a luminosidade e a privacidade. “Elas acompanham o caminho do sol, vão se movimentando ao longo do dia: começam na extremidade esquerda e terminam na direita”, conta Pedro. Como o apartamento tem uma das faces fechada apenas por vidros e o casal optou por não utilizar cortinas ou persianas por ali – “um hábito que adquiri na Holanda, onde as pessoas não têm nada a esconder”, explica Pedro –, esses azulejos acabam assumindo uma função tão utilitária quanto estética, quase como um blackout.

Apaixonado por vinhos e café (o fotógrafo costuma moer os próprios grãos todas as manhãs), Pedro garimpou, ao lado da mulher, a maioria das miudezas da casa. O mobiliário peso pesado, tipo high design, foi escolhido a seis mãos, com ajuda de Flávia. No combo entram luminárias Bertolucci e Lumini, as mesas de centro Decameron (por Marcus Ferreira e Rosa Pinc), o sofá MiCasa com tecido by Alexandre Herchcovitch (o mesmo que assina o vestido que Marina usou na foto, look arrematado por sapatos do egípcio Karim Rashid para a brasileiríssima Melissa), o sistema de prateleiras Corniches, dos Irmãos Bouroullec, as cadeiras da italiana Pedralli, o carrinho de chá da Marcenaria Baraúna, aparador de Jader Almeida, tapetes By Kamy e Phenicia, mesinhas Dpot, almofadas Poeira, roupas de cama Auping Collectania, mobiliário italiano da Casual e por aí vai. “Pensamos muito numa arquitetura limpa e equilibrada. Repare nas portas sem batentes, que são todas de correr, embutidas. Também não queríamos nenhum rebaixo de gesso e assumimos algumas características estruturais. O apartamento deveria ser jovem e atemporal, como são o Pedro e a Marina”, encerra Flávia, não por acaso, uma das arquitetas mais talentosas de sua geração.


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