
Crédito fotos: Divulgação
Publicitário de formação, Tiago Braga se interessa pelos temas de design e sustentabilidade desde a época universitária. Tanto que do seu TCC nasceu sua marca, o Oiamo, que ele denomina como um “atelier nômade do Rio Grande do Sul que se dedica a mapear e projetar a memória e a energia da ancestralidade de comunidades do extremo Sul do Brasil”.
Seu trabalho é inspirado na tradição gaúcha, mas não aquela que, por vezes, é retratada de forma estereotipada. Aqui, a intenção é mesclar o modo de vida sulino rural, moldado por séculos de interação entre povos indígenas, negros, ibéricos, argentinos, uruguaios e outros imigrantes.
Entre suas criações estão mobiliários e peças decorativas como pufes, luminárias, tapetes e almofadas, que transitam pelas artes manuais milenares, como tricô, tear, crochê, bordado, cestaria e marcenaria. Apesar da concepção das peças ser de sua autoria, a execução fica por conta de artistas de comunidades locais, principalmente mulheres, que utilizam técnicas ancestrais, além de promover a economia local.
O Oiamo foi nomeado oficialmente pelo comitê Global Sustainable Association (GSA) para o Kyoto Global Design Awards 2023 na categoria “Best 100”. Tiago também já participou de diversos eventos como DW! e CASACOR e assinou projetos para marcas como Suvinil e Breton.
DESTAQUE SUSTENTÁVEL:
-Para a tecelagem e o bordado manual, tradicionais do Sul para produção de palas e ponchos, Tiago traz a textura única das fibras vindas de resíduos da indústria têxtil. Utiliza, entre outras espécies, cipó-titica, taquara, fibra de bananeira e taquara.
-No Projeto Raiz, a matéria-prima utilizada é o pelo das ovelhas: a esquila ou tosquia dos animais, realizada de forma respeitosa, é fundamental para garantir o bem-estar e a qualidade de vida do animal, evitando formação de fungos e bactérias que causam doenças. O objetivo é mobilizar os produtores locais e a Associação Ladrilã, composta por artesãs gaúchas.